quinta-feira, 8 de junho de 2017

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"Um livro do seu autor fictício favorito e um texto do seu malvado favorito que não se considera um autor digno.
 Eu preferia estar escrevendo essa carta a mão, no estilo old-fashion, eu sou um cara de tradições, mas minha ausência tão prolongada ao papel e a caneta me impedem de fazer um trabalho satisfatório. Que seja dessa forma então, afinal creio que mais valem as palavras do que a forma da qual foram escritas, não é mesmo? Sensibilidade nunca foi o meu forte e você mais do que ninguém sabe o quanto isso é verdade, porém sempre tive a perspicácia de identificar e valorizar todos os pequenos detalhes e dar-lhes o seu respectivo valor.
É assim com você, quem diria que um cara que um dia por tédio, mau humor ou qualquer outra idiotice que um adolescente velho carregava, recusou-se a conhecer a pessoa que hoje tanto lhe acompanha e não só de forma física. Tornou-se a minha fiel escudeira, a parceira em crimes, não só no modo de dizer, nos crimes mesmo haha. Seria isso a prova comprovadora que precisamos dar segundas chances as pessoas? Não acredito em tal balela, apenas creio que o tempo ensina e encaminha tudo, não como uma forma de destino, mas como um eterno e sábio mestre, do qual a lição não pode ser ignorada ou pulada.

Cá estamos nós, comemorando mais um ano desde que você chegou a esse pequeno planeta dizendo "Oi mundo!", o cumprimentando e se aventurando nas curvas sinuosas da vida, mas para mim é a comemoração de que, apesar de todas as variáveis e acontecimentos que cruzaram a teia que tece nossas ações, ainda continuamos juntos e você sabe que isso pra mim é algo raro. Ninguém se mantém muito em minha vida. Saiba Lara, que tenho um grande afeto por você e mais que isso, confiança. Essa é a segunda coisa mais difícil para eu entregar a alguém, mas com você sinto que ela está segura, posso ser eu mesmo com você e isso é uma honra para mim. Sei que te irrito às vezes, alias várias vezes, mas tem a ciência de que esse é meu jeito e que às vezes também faço só para te ver brava e teimando comigo. Aqui é a parte em que eu deveria soltar todo aquele clichê de aniversário e como a felicidade lhe pertence como bem de direito, porém comigo as coisas não são tão fáceis assim e pode ir tirando esse sorrisinho do rosto, o que eu quero arrancar de você são suspiros de alívio, pois eu sei muito bem como você está apreensiva pela data. Não tenha a pretensão de achar que seria esquecida, eu nunca esqueço o que é importante pra mim. Se bem que isso é uma mentira, certo? Eu não me contento com o alívio, a tensão é o que me fascina, observar as reações mesmo já sabendo os resultados. Sendo assim, prove-me errado em afirmar que todos se afastam brevemente. Fique mais um pouco." 
-Meu malvado favorito, Axel.
01-06-2017

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