A cada título é como se me desse o dedo melado em doce pra lamber te olhando. Cruel.
A cada raciocínio iniciado, sinto os poros dilatando, arrepio. A cada conclusão, aquele calor malandro no ventre.
Tua ortografia é sacanagem sussurrada ao pé do ouvido em um abraço de costas.
Tua segurança é um segurar forte no cabelo, enquanto beija no pescoço suavemente.
Cada estrofe é encontrar teu olhar no espelho e, por não poder mergulhar em você, implorar pra que mergulhe dentro de mim. Tuas rimas são toques na espinha com a ponta dos dedos, pra ver envergar a coluna pra longe e sentir a bunda mais perto.
Teu vocabulário é boca a ser explorada, com medo do que significa mas, com uma coragem insana em saciar a curiosidade. O seu jeito único de arranjar o que pensa arranha a pele nua e faz esquecer o pudor.
Quando concordo com o escrito, seu toque em lugares proibidos é gentil. Quando não, são três dedos de uma só vez, aquele misto de desconforto com "isso, eu quero mais!"
Teu desprezo pelo fraco te faz forte, e me põe de joelhos.
Cada interrogação é o salivar. Querendo teu gozo, recebendo um tapa.
Se eu teimo em discordar as vezes é pra ver teu texto, e quando não encontro pontas soltas você me deixa de quatro. Cada tema agressivo são cinco dedos na pele estampados que somem com o tempo, mas que marcam a memória pra nunca esquecer. E depois disso, ainda agradecer.
Algumas pessoas tentam uma espécie de
Xérox.
Entretanto, sabemos que qualquer tentativa é
Letal.
Te ler é foda.
- Lara Kustrowa (21-05-17)
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