Decidi encará-lo. Será que ninguém ensinou que era feio ficar espiando os outros? Ele se intimidou, creio eu, pois aos poucos foi abaixando a crista... Ficando cada vez mais frio... A Lua chegou. Foquei meu olhar em você. Eu queria te dizer algumas coisas, mas não sabia mais qual era a intenção naquilo tudo. Queria era sentar no seu colo e devorar todas as groselhas e castanhas ditas até o momento. Mas a hora do pique nic parecia ter passado. Ou não?
Você notou meu olhar, apagou o cigarro. Eu dei um gole longo na garrafa de conhaque. Te ofereci a garrafa. Você pegou. Bebeu.
Me deitei com as pernas dobradas. Pensei em como eu era otária por ter passado a tarde toda com você e não ter dito quase nada. Fiquei contando os segundos imaginando você dizendo que precisava ir embora. Olhei pra Lua e ela se escondeu atrás da primeira nuvem que encontrou. Não queria falar comigo também. Senti sua mão em meu joelho e puxei a perna por reflexo. Você se afastou olhando pra baixo e abraçando os joelhos. Hei? Disse tocando seu ombro. Foi só um reflexo. Peguei a garrafa de sua mão. Dei outro gole e a coloquei do outro lado, perto dos capacetes. Me deitei mais perto. Deita aqui comigo? Você se deitou de lado. Eu virei o rosto pra observar o seu. Você não buscou meu rosto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário