Saímos, eu com meu sorvete de chocolate e ele com seu café estranho e amargo.
- Lembra aquela menina que eu estava saindo?
- Lembro, já deu um pé na pobre coitada?
- Não, estamos oficialmente namorando.
- O que? – Quase cuspi minha bebida.
- Ah ela me perguntou quando eu ia pedi-la em namoro e eu meio que não tive escolha.
- Como não teve? Como? Cara como você pode ser tão idiota? Ela te encurralou e você caiu feito um bobo, por que você fez isso? Você nem gosta dela, vive reclamando das coisas que ela faz, fala, que ela é meio burrinha, que ela não te entende e agora você muito trouxa vai lá e pede, quer dizer ela implora para ser pedida em namorado e você cai. Quão estúpido é isso?
- Nossa se eu soubesse que você ia surtar desse jeito não tinha dito nada.
- É realmente, devia ter deixado para me contar quando estivesse noivo.
- Por que você está com tanta raiva?
- Porque… Porque sei lá, ela é a maior tonta da face da terra, não tem nada a ver com você e você vai quebrar a cara.
- E quem tem a ver comigo? – Ele parou e me encarou realmente esperando uma resposta.
- Sei lá, você que tem que saber talvez alguém com no mínimo um pouco mais de cérebro.
- Tipo você? – Minha barriga gelou e meu coração hesitou.
- Não meu bem, eu sou única, não há ninguém “tipo eu”. – Já disse que quando fico nervosa eu abuso do sarcasmo?
- Se acha menos, você não está com essa bola toda não, mesmo porque eu agradeço de você ser única, duas de você e eu não suportaria.
- Seria demais para seu pequeno cérebro.
Ele bagunçou meu cabelo e deixamos o assunto para lá.
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