quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Espera.

Não sei a seus olhos o quanto pareço sensível... Minha pele, até onde o olhar comum enxerga é normal, porém aonde nem todos os olhos vêem é sensível e branca. Queria ter somente essa semelhança com a mocinha lá da conto de fada, mas não. Também me sinto a meu modo inerte aos sentimentos. Após acreditar na bondade alheia, e morder a maçã parece que nada mais vai me despertar. Estive pensando... Se retratassem na historinha infantil quantos cavaleiros, cavalos, príncipes, sapos, lobos, insetos, e tantas outras coisas passaram pela donzela desacordada ela seria cansativa, desesperançosa, exaustiva até... e tendo como base esse pensamento noto que devem ter sido após muitas tentativas que encontrou alguém que a acordasse com um beijo. Um beijo de um estranho que por sinal vê a pobre moça e decide que beijar alguém desacordada é uma ótima perspectiva pra um final feliz. Isso me confunde, me irrita até. Não sei se acredito na boa vontade do mocinho, ou na maldade que o levou a crer que beijando a moça ali, vazia de qualquer “vida” estaria satisfazendo a si próprio... Não acredito em príncipes, e se existirem quero distância, detesto a perfeição. Porém não dispensaria o moço diferente, caso passasse por ali, quisesse saber um pouco mais sobre a mocinha e aí então tentasse a trazer de volta pra Terra. Creio que me daria um fiapo de esperança.
Minha vida não é conto de fada, mas me sinto desacordada, inerte a muitas emoções, senão todas. Preciso não do príncipe, mas de alguém que passe por mim e me note, e queira saber mais, que me defenda do que eu não puder me defender, as vezes que me defenda de mim mesma, que erre, me faça chorar mais que saiba consertar o erro, que saiba me surpreender, não com um beijo, mas com a maneira de encarar a vida. Saí em meio ao mundo pra procurá-lo e não encontrei. Aí então decidi me deitar no meio da selva de pedra e esperar... Mas até agora ninguém me deu motivos pra voltar a vida. Não os que eu preciso.