
Eu tenho pensado muito, mas não tenho escrito. Acho perigoso. Sempre que escrevo, alguém parte. Evito escrever há dias, com ânsia de que você diga tudo que pensa, antes de ir. É esse o roteiro de sempre. Eu sempre sei o que vem depois. Ou sabia, antes de você. Não sei se sinto medo da sua partida, mas acho que não devo sentir. Só te quis porque vi em você liberdade escrito na testa, não posso, não tenho direito de te prender. Sei que não é de sua natureza ficar. E se for voar, por favor, me diz se volta ou não. Seu silêncio dá margem demais pra minha imaginação.