segunda-feira, 28 de julho de 2014

Não faz sentido. -Relacionamentos.

"Não tenho mais o que falar. Porque eu despejaria o que eu penso a alguém que não quer entender.
É meu bem. Ficaria mais belo e leve de engolir, caso eu estivesse ciente da sua falta de capacidade. Mas, ambos sabemos que bem longe disso. Você só não quer seguir acompanhado daqui pra frente. Engraçado como a vida sempre girou em torno do que você quis. Quando eu não queria caminhar com companhia, você veio. Se impôs. Te aceitei. Dividi o espaço do passeio. Encontrei meus sorrisos, e dei eles a você. Colhi cada fruto dessa relação, e os comi, podres que já vinham da árvore. Agora você quer atravessar a rua. E eu fico só. Mais uma vez, seja feita a sua vontade. Ao fundo ouço suas explicações, seus motivos inúteis.Final pra algo que bem dizer, nem começou. Não me sinto mal. Sei que você não se sente também. Só precisa se convencer do contrário, afinal, a coração de pedra sou eu. Eu que pensei poder morrer de amor... Engraçado constatar que o amor morreu bem antes do fim. Te olho. Olhar e peito vazios. Na mente um turbilhão. Na bolsa um maço com 19 cigarros. Ali tinham 19 desde quando você, sua asma e sua intolerância ao cheiro deles acesos entraram na minha vida sem pedir licença. A mesa de madeira. Meu copo. Seu copo. As várias latas vazias de cerveja barata. Quente. Amarga. Nada mais amargo que essa sua hipocrisia. É. Ainda que eu quisesse falar, de nada adiantaria. Não hoje. Não agora. Já posso até sentir o sol quente começando a nascer lá fora... Você continua falando. Falando infinitamente da minha falta de tempo, da não vontade de te ver... De como eu sempre disparo a falar. De como tenho mania de dizer e escrever coisas que precisam ser pensadas e repensadas antes de respondidas. Falando de como é ruim escutar minhas reclamações em dias cinzas, e de como é chata a maneira que me agarro ao lápis e ignoro tudo em volta. Procuro um lápis pra agarrar. Nesse momento queria te ignorar completamente. Em lapsos de atenção que te dou, escuto o que parece uma tentativa desesperada de se justificar, seguidas de um pré arrependimento de estar indo embora. Você quer que eu peça pra você ficar. Quantas vezes eu desejei em silêncio o mesmo? Te encaro, tentando dizer com os olhos que não preciso desse show. Eu sei que se eu te disser pra ir embora, e nunca mais voltar, você chora. Fico aflita. Não por nós. Mas por não ter encontrado ainda uma maneira de te fazer calar. Quero sair, ver o sol do lado de fora. Não posso te deixar aqui, falando sozinho. Quero sentir o sol bater. Você não me entende. Preciso de ar fresco. Você grita. Continuo calada. Você reclama uma resposta. Eu ascendo o isqueiro. Apago. Ascendo. Apago. Ascendo. Você toma o isqueiro da minha mão e joga no copo. Dou um gole na cerveja quente. Cerveja com isqueiro. Você diz que não consegue partir. Eu novamente penso em te pedir licença, não peço. Fico procurando maneiras de te fazer entender o que quero dizer, em silêncio. Você reclama sempre de minhas palavras. Do excesso de falas. Você me encara, irritado. Te encaro de volta. Nem assim, de pé, você me intimida mais. Apoio os pés na mesma mesa das latas meio cheias, meio vazias. Derrubo o controle da televisão. Sorrio ao pensar em quanto a televisão assiste de nós. Muito mais que ao contrário. Você pensa que debocho de você, mas na verdade não te escutei. Seu telefone toca. Você atende, ainda em frente a janela. Frestas de sol passam por você e pela cortina. Você logo desliga. Me diz não consegue ir. Passa a mão pelo rosto, cabelos. Tira a jaqueta. Deixa a mala no chão. Eu vasculho a bolsa. Encontro uma caixa de fósforos. Me recordo de que foram irmãos desta caixa que ascenderam aquela vela, no bolo da semana passada. 3 meses de relação. Risco um palito. Está úmido. Tomei chuva com a mesma bolsa. Tento a sorte com mais alguns. Consigo o fogo. Tiro o cigarro do maço e levo a boca. Ascendo o cigarro. Você me olha com os olhos ardendo bem mais que a brasa. Abre a cortina. Tosse. Abre a janela. Pragueja.  O sol invade o ambiente. Não tem vento. Só o sol. Você não vai embora. Mais uma promessa descumprida, meu caro. Lembro de tantas vezes que repetiu o mantra: "Ascende esse cigarro, e eu vou embora no mesmo momento, pra sempre!". Acho patético. Observo como os fiapos de poeira se movem lentamente na luz. Dançam uma música composta por seus apelos e meu silêncio. Avisto um lápis. Eu só precisava de inspiração pra escrever, e aí você desaparece, junto com a fumaça. Sou só eu, meus devaneios e as palavras. Volto a mim após 6 ou 7 páginas escritas. Te vejo jogado no mesmo sofá em que me encontro. Me observando com o olhar profundo. Tomo uma decisão e a digo, em voz alta, após minha greve silenciosa: Você pode ir e vir quando quiser, a sua maneira. Quanto a mim, ascendo todos os cigarros que eu quiser. Você sorri. Concorda, e eu te beijo. E aí acontece a lei do eterno retorno."
A fantástica realidade dos relacionamentos...


sexta-feira, 25 de julho de 2014

Eu tô...


Tô afim do caos. Tô afim de cortar o cabelo. Tô afim de sair na chuva. Tô afim de ralar o joelho. Tô afim de mais uma tattoo. Tô afim de quebrar o espelho. Tô afim de viajar sem rumo. Tô afim de sair do prumo. Tô afim de adiar o conserto. Afim de aceitar o imperfeito. Tô afim de tomar um porre, e depois disso, pedir mais um gole. Tô a fim de todos os seus beijos. Dos seus desejos mais impuros.  Tô afim de pegar a estrada, com você, e mais nada.
                                                                                                                   Segunda feira eu voltaria...

-Lara Kustrowa, 25 de julho de 2014. 16:00 h.

"... I was looking for a bad boy looking for a bad girl ..." - Rock city, KOL


sexta-feira, 4 de julho de 2014

Só acho...

Acho que eu brilho muito. Toda sugestão de amizade no meu facebook as pessoas estão de óculos de sol...