sábado, 8 de fevereiro de 2014

Conto erótico*

Sem experiência no ramo, escrevi o conto e resolvi postar. O conteúdo é adulto, e fictício.


Algumas pessoas nascem destinadas a ter uma conexão de amizade. Esse com toda a certeza não era o caso deles. Suportavam-se socialmente, tentavam dialogar, mas o assunto sempre tinha algo de tenso, de denso e por fim sempre caia em alguma discussão que lhes rendiam um longo tempo sem se falar. Por conta dos insultos despejados de suas bocas com tanto descaso, passado um tempo, criaram alguma proximidade superficial. Os amigos eram comuns. Mas naquela noite as coisas seriam diferentes. O destino se preparava pra mais uma sessão de suas comédias trágicas.
Não que eles soubessem, afinal, ele nem acreditava  nessas coisas de “destino” . E ela, apesar de acreditar jamais imaginara que por baixo de todas aquelas cinzas havia brasa quente, pronta pra queimar qualquer coisa que ali tocasse, pelo menos não com ele.
Ela nunca gostou de combinar. Não hesitou em escolher o sutiã preto, que lhe realçava os seios pálidos e nem tão fartos. A calcinha rosa teria até um toque infantil se não fosse sua renda e seu corte meticulosamente perfeito pra se encaixar no corpo.
Ela era simples, mas mulher. Preocupou-se em se vestir pra chamar atenção. Sabia que seria um encontro de amigos, mas precisava ser desejada. Escolheu um salto, uma saia de couro e uma blusa que deixava seus ombros a mostra, e por sua vez, as tatuagens.
Ele não pensou a respeito. Vestiu sem premeditar seus jeans de sempre, a camiseta polo e o relógio. Por fim o perfume. Não precisava de maquiagem. A barba lhe emoldurava o sorriso com precisão.
De cara já começaram a noite implicando. Para o bem comum dos ali presentes ela ficou no banco traseiro,  e ele dirigindo. Saíram pra um bar novo, “El inferno”.
Ambiente interessante, gente intrigante, dia estressante, os olhares que todos lhe davam, menos ele, desconcertante. Angustiante.  Ele nem era tão bom assim, ela pensava entre uma piada e outra. Levantou-se para ir ao banheiro, ainda sóbria, e não pode deixar de ouvir o comentário.
- Tá gostosa hoje né? – disse o amigo do banco de trás.
- É gostosa! – Completou o do passageiro.
Deu um gole no uísque e emendou, ele, o intocável – Ela é tão chata, mas tão chata que nem me dá tesão! – e sorriu, porque sabia que ela tinha ouvido.
Ela disfarçou não ter ouvido nenhuma parte da conversa, continuou fuçando no celular enquanto falavam, e depois daquele comentário foi mesmo até o banheiro. Chocada. Aquele realmente não era o seu dia.
Ela geralmente não se importava com ele e suas colocações ridículas a seu respeito, mas de todas as vezes que ele foi rude, em que a deixou tirada perante os amigos, aquela deveras era a pior. Começou até a desconfiar da lógica do Leoni, onde garotos não resistem a seus mistérios, e nunca dizem não. Aquele era o ponto de partida. O alvo impossível é o que excita mais.
Voltou do banheiro, não ofendida. Mas com o batom retocado, ofendendo assim as outras bocas ali presentes. Nenhuma tinha o vermelho de seus lábios que eram harmônicos com a cor do cabelo. Voltou com necessidade de afirmação. Com o ego precisando de auto afirmar.
Notou dois pares de olhos que já a observavam antes. Mas era os dele que ela queria.
Ele notou o olhar quente da garota intragável. Achou que fosse alguma nova implicância. O modo que ela tomava o 3º shot de tequila o encarando dizia o contrário. Ele achou que era efeito do seu uísque, que era imaginação. Mas aquela mão displicente que o tocava toda hora ela sabia ser bem real.
O segundo amigo, que nesse momento fazia o mesmo papel de figuração ali que o 1º se sentiu mal. Disse que foi pela bebida, mas era claro que o que deixava qualquer um tonto era a atmosfera da ruiva ali presente. Chamou um táxi e se despediu. A noite continuou.
Ficaram então os três ali, entre olhares, doses e tensão. O mundo parecia só deles. 
Nunca é legal ver alguém jogando um game se você tem vontade de pegar o controle e jogar você. O primeiro amigo sugeriu que estava tarde. Ela negou.
Levantou da mesa ciente que sua saia havia subido, não fez questão de arrumar. Foi até o balcão e pediu a bebida da casa. No retorno foi abordada por um cara que aproveitou –se da falta de espaço pra se locomover lhe falando ao pé do ouvido. Ela não tinha interesse. Desvencilhou-se e voltou pra mesa!
Ele nem esperou ela se sentar.
-Abaixa essa saia quando levantar retardada.
- Qualé vitão, deixa ela.
- É Vitão, to te incomodando?
Bebeu e por um longo tempo co existiu. Eles conversavam sobre algo desinteressante. Ela só conseguia prestar atenção na boca dele. Precisava de champagne com morango, anunciou –Vou ao bar, querem algo?
-Só que você arrume essa saia.
Ela sorriu, levantou a sobrancelha esquerda e foi caminhando lentamente, sem arrumar a saia. Não conseguiu se afastar muito da mesa.  Foi impedida por um inconveniente que não a deixava passar. Tentou algumas vezes, mas já estava um pouco mais vulnerável por conta da bebida.
Ele parou de prestar atenção na conversa do amigo e observava atento.
O cara a puxou pela cintura. Ela envergou o corpo pra trás, tentando se soltar.  O cara colocou a outra mão por cima da saia, mas na bunda dela.
Foi então que ele resolveu ir até lá.
-Solta ela!
-Tá preocupado com a vadia?
Ela só admitia ser chamada assim na cama. Encheu os olhos de lágrima.
Ele falou com os dentes trincados.
-Tira a mão dela.
Ele soltou. Seu 1 metro e 97 eram intimidantes.  Ela quase perdeu o equilíbrio, mas só ficou atrás dele.
-Tu tá ficando louco? Tá vendo que ela não quer e tá se aproveitando da sua força? – nele havia uma vontade de continuar a confusão. Ela colocou a mão no ombro dele.
-Tá tudo bem, calma, me leva embora? – ele não se acalmou.
Ele deu um soco no nariz do cara, que não revidou, para seu desprazer. Virou-se pra ela,  já assustada, e gritou.
- EU NÃO FALEI PRA ARRUMAR A PORRA DA SAIA?
Ela não reconheceu o olhar, tentou arrumar a saia ali mesmo, mas foi impedida pelo puxão que levou no braço.
Saiu sem falar mais nenhuma palavra. O amigo acompanhou assustado. Ele abriu a porta do passageiro e a enfiou no carro. Dirigia a uma velocidade alta e fazia as curvas com precisão, mas ainda assim ela sentia medo.
Deixou o amigo em casa, não se despediram. Tocou o carro cantando pneus.
Parou em frente a própria casa. Desligou o carro e desceu.
-Não vai me levar pra casa? – ela se indignou.
- Achei que eu já tivesse tido trabalho demais por uma noite com você.
- Poxa Vitor, como eu vou pra casa essa hora com essa roupa? É perigoso.
- Se chegar viva, aproveita e  compra umas saias normais. As putas precisam de roupa pra trabalhar.
Ela encheu a mão e soltou em seu rosto. Arrependeu-se milésimos de segundo após, quando ele a jogou contra o portão e lhe segurou as mãos acima da cabeça. O olhar ainda aquele, irreconhecível. A respiração acelerada.
A sensação não era mais definida. Não sabia que espécie de medo era aquele. Mas sabia que estava úmida entre as pernas, além dos olhos. Abriu a boca e  sussurrou desculpas, mas o olhar a traiu. Ela só olhava a boca dele. Todos seus movimentos. Ele percebeu.
Sorriu.
-Era essa sua intenção, vadia? –disse separando as duas pernas dela com a mão livre. Colocou a mão entre as coxas sem menor dificuldade. – Isso te excita?
Ela não sabia o que responder. Odiava quando a deixavam sem argumentos.
Ele tirou as mãos. Ela não se moveu. Ele abriu o portão. Não perguntou se ela queria entrar. Só a puxou e assim o fez até o quarto. Ela sabia que ele não era lá muito sensível, mas também não pensou estar provocando um Neandertal. Aquilo era uma sensação completamente diferente. Ela era dominadora. Se sentir dominada era novidade. Ela gostava. Os arrepios pelo corpo não negavam. Nem ela. Só se deixava levar. Não disse uma palavra.
Ele sentou na cama e ela permaneceu a sua frente, o encarando. Ele abriu o zíper da saia e a puxou até os joelhos. A gravidade ajudou com o resto do caminho. Ela permaneceu imóvel. Ele se levantou. Deu a volta e a encoxou. Beijou seu ombro exposto.  Mordeu seu pescoço. Ela sentia seu membro mesmo de calça rijo.
Suspirou. Ele a virou arrancou lhe a blusa, a segurou pelos cabelos e a beijou. Daí em diante não pareciam mais se odiarem. O quarto estava quente. Ela se entregou. Arrancou a camisa dele. Desabotoou o jeans e terminou de tirar a sua blusa. Ele abriu o sutiã, sugou os peitos com força, mordeu, segurou com vontade. Desceu as mãos pela lateral do corpo dela, levou com elas a calcinha rosa, já sem nenhuma utilidade.
Se ajoelhou, ela separou as pernas prevendo o que aconteceria. Ele era um deus com a língua; Ela sentia a onda de calor passar por todo o corpo e desestabilizar os joelhos e os pés, ainda de salto. Puxava seu cabelo enquanto ele a chupava. Ela queria ele dentro dela. Já não bastava somente a língua. Ele fazia uma sinfonia com os dedos e a língua.
Ele não queria que ela gozasse tão depressa. Parou abruptamente, a jogou na cama. Terminou de tirar o que restava. Meias e cueca. Deixou ela o chupar. Era uma puta, gulosa.  Se inclinou sobre ela e a beijou novamente. Não se importou com proteção. Nem com carinho. Meteu pra dentro com força, e sem dó. Ela inclinou o corpo pra frente, a cabeça pra trás, os olhos fechados, um sorriso meio formado na boca. Já não controlava seus sons. Eles respiravam sexo. Ela pedia pra ele a foder com mais força, pra machucar. Se mexia em baixo dele. Gemia.
Ele gostava de ver ela implorando. Entrava e saia devagar só pra ver ela se contorcer, implorar por rapidez e força, gemer a cada entra e sai. Mandou-a ficar de quatro. Ela não hesitou. Virou-se na hora. Era uma visão interessante a ver de bunda empinada ao invés de “nariz empinado”. Ela sabia como ficar de quatro. Ele tinha uma tara por mulheres de salto. Ela por apanhar. Ele encaixou uma das mãos na cintura e ao mesmo tempo em que ia a puxava de encontro a si. Cada vez com mais força, mais tesão. Com a outra mão em vezes a puxava pelo cabelo, batia em sua bunda. Deixava sua marca em todos os lugares daquele corpo branco, cheio de rabiscos.
Não pediu, só passou a cabeça do pau em seu cuzinho virgem, ela já sabia o que viria. Empinou o rabo um pouco mais. Ele meteu com cuidado, e ela gemia de dor e prazer. Ele a comeu com dez talheres. Gozou gostoso. Ficaram sem forças pra mais algum round, mas se sentiam satisfeitos. 
Ele esperou ela se trocar, a levou pra casa. Antes de ela descer do carro se despediram com um beijo no rosto.
 Ela desceu. Já era dia.
Ele abaixou o vidro e disse, - Quando quiser de novo, veste essa saia.
E ela respondeu, com direito a todo seu sarcasmo habitual, - Quando quiser de novo, não diga pros seus  amigos que não sente tesão algum por mim, em qualquer bar.

E ele se foi, sorrindo.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Me perco.

Ou me perco em você, ou me perco com você. E foda-se a lógica. No pior dos casos, me perco de você.